São Paulo, 04/10/2016 – A produção industrial apresentou forte queda de 3,8% no mês de agosto, em comparação com julho segundo divulgação do IBGE da Pesquisa Industrial Mensal. O dado foi pior do que a expectativa da GO Associados, que esperava queda de 2,7% no mês. Na comparação com o mês de agosto de 2015, a retração foi de 5,2%. E no acumulado do ano, o setor apresenta queda de 8,2%.
Após cinco altas mensais consecutivas que levaram o setor industrial a apresentar alta de 3,7% no período, a queda de 3,8% registrada no mês de agosto devolveu esta alta e fez a produção industrial voltar ao menor valor desde dezembro de 2008.
A queda da produção industrial do mês de agosto foi puxada pelo setor automobilístico, que caiu 10,3% no mês, e pela indústria alimentícia, com diminuição de 8% em agosto. Em relação ao setor automobilístico, tal queda era esperada, dado o fraco resultado apresentado pela Anfavea para a produção do setor. Várias fábricas pararam em agosto, com a concessão de férias coletivas para seus trabalhadores ou mesmo devido à falta de peças, a unidade da Volks em São Bernardo do Campo.
Por outro lado, destaque para a produção de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com alta de 8,3% no mês, mais do que devolvendo a queda registrada em julho.
Vale ressaltar que o fraco resultado do mês de agosto é pontual e não deve sinalizar uma tendência de queda. A confiança dos empresários do setor continua crescendo, a taxa de câmbio permanece em nível relativamente competitivo, o que ajuda o setor a aumentar as exportações e recuperar parte do mercado interno através da substituição de importações. Além disso, estamos diante do início de um ciclo de queda dos juros (Selic), que ajudará no processo de recuperação da atividade econômica.
Para 2016, a GO Associados projeta queda de 6,3%, na expectativa de recuperação do setor nos quatro últimos meses do ano. Para 2017, a projeção da GO é de leve recuperação, de 1,4%.
(Luiz Fernando Castelli – luiz.castelli@goassociados.com.br)
