Efeito Lava Jato abre espaço para construtoras médias

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São Paulo, 12/09/2016 – A grande diferença de faturamento da gigante Andrade Gutierrez e da gaúcha Toniolo  (a primeira teve uma receita R$ 5 bilhões superior em 2015) é o retrato de uma concentração que sempre dominou o segmento de empreiteiras no Brasil, conforme matéria publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo.  No entanto, nos últimos dois anos, enquanto o império da Andrade, uma das líderes do setor, encolhia dia após dia por causa da operação Lava Jato, a empreiteira do Sul ganhava mercado e crescia em ritmo chinês.

As apostas do executivo da empresa, que em 2015 viram as receitas aumentar 18%, estão ancoradas no enfraquecimento das construtoras envolvidas na Lava Jato. “Vivemos um momento de grandes oportunidades num setor que deve ficar menos concentrado nos próximos anos”, disse o diretor da construtora, Humberto Cesar Busnello, ao jornal.

Das 15 maiores empreiteiras do País em 2014, nove companhias, até então responsáveis pelos principais projetos e concessões brasileiras, estavam envolvidas no escândalo de corrupção. De lá para cá, muitas delas entraram em recuperação judicial, abandonaram obras e estão sem condição financeira e moral de entrar numa nova empreitada. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo,  de 2013 a 2015, a soma do faturamento destas empresas caiu de R$ 51,1 bilhões para R$ 30,4 bilhões.

As construtoras do chamado “grupo intermediário” começam a ocupar um espaço estratégico e podem ditar uma nova configuração do setor de construção. “As grandes construtoras vão continuar no mercado, mas com uma representatividade muito menor”, afirma  o sócio da KPMG, Mauricio Endo, ao Estadão.

David Abreu – david.abreu@goassociados.com.br

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