2017 será de desafios com o ajuste fiscal no plano doméstico e incertezas no plano externo, afirma Castelli

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São Paulo, 21/12/2016 – Aprofundamento do ajuste fiscal e Lava-Jato no plano doméstico e ambiente incerto com Trump no plano externo. Para o economista da GO Associados, Luiz Castelli, é isso que nos espera no ano de 2017. “Depois de dois anos de recessão, a expectativa da GO Associados é que o país apresente modesto crescimento econômico em 2017, de 0,8%”, afirmou Castelli em artigo para o Relatório Executivo da GO Associados desta semana.

Depois de mais de dois anos de uma brutal recessão, que reduziu o PIB do país em aproximadamente 7%, a grande pergunta é se o país voltará a crescer ano que vem, e quanto. Em seu artigo, Luiz descreveu o cenário por detrás das projeções da GO Associados.

A PEC de teto dos gastos foi aprovada de forma muito mais célere do que o imaginado, o que, para Castelli, indica que a coalizão formada pelo Governo Temer pode ser importante para o andamento do processo de ajuste. “Isso nos leva a crer que a reforma da Previdência também deve ser aprovada ano que vem, embora com mais discussões e mudanças em seu texto original”, afirmou.

Entretanto, ele lembra que há um componente forte de incerteza. “O principal risco que surge para este cenário é o avanço da Lava-Jato, em especial a delação dos executivos da Odebrecht, que deve atingir figuras importantes do governo, como o próprio presidente Michel Temer”, afirmou. Para ele, a dificuldade do governo será manter tal coalização política ao seu lado, e prosseguir com o ajuste.

No ambiente externo, por fim, incertezas por conta das expectativas associadas às políticas econômicas de Donald Trump. A tendência é que, de fato, a política fiscal de Trump seja mais expansionista do que a atual, mas não a ponto de causar uma elevação tão forte dos juros nos EUA. A recuperação econômica norte-americana está desbalanceada com viés para setores não tradables (não comercializáveis), sugerindo que o fortalecimento do dólar aumentaria tais desequilíbrios. Dessa forma, apostamos em um ambiente mais adverso, mas não suficiente a ponto de comprometer a retomada interna”, afirmou.

Rafael Oliveira, rafael.oliveira@goassociados.com.br

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